Daniel Dantas pode ser culpado ou inocente, não se sabe, nesse alvoroço de suspeições que parece tiroteio de cego ou de astutos em que nossa atenção se desvia do alvo verdadeiro, nada recomendável em qualquer caso. Mas, não se pode duvidar de sua competência/influência, “seu serviço de inteligência” que, pelo sim pelo não, depois do fracasso em tentativa de subornar o delegado, virou o jogo direitinho. Banqueiro de algemas, deve estar rindo discreto enquanto policiais são policiados, investigadores são investigados, juízes são “julgados” e Ministros ministram explicações jurídicas brilhantes a propósito de “arapongagens”, outras espionagens com cheiro de exceções nada remotas e nada compatíveis com o processo de democratização; sem dúv
ida. Nelson Jobim, da Defesa, já lembrou ao Senado, processo anulado pelo Supremo, por sustentar-se em provas produzidas mediante interceptação de telefonemas. O sucesso da defesa se esboçou em última instância no mínimo: advogados que o digam.
A nota oficial da Associação Nacional de Peritos Criminais Federais divulgada sexta-feira última, escudando-se no Instituto Nacional de Criminalística, a pretendê-lo acima de qualquer suspeita nessa hora, veio fazer chuva no roçado de Dantas, regando por via travessa, as suspeitas de Jobim. Vindo de uma organização em que o espírito científico e de isenção profissional deveria dominar soberano fazendo segurança e tranqüilidade para todos, não poderia ser mais inoportuna ou infeliz. Se a matéria é científica, não cabe apelo à moral de quem quer que seja; e o Deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI, está mais do que legitimado com sua proposta de segunda perícia; se não por mais, já por razões de rigor científico. Assim, não demora muito, para que Daniel Dantas venha à cena em Príncipe da Dinamarca, trocando a conhecida frase de Shakespeare sempre lembrada nessas circunstâncias, por aquela outra sabida dos velhos latinos: “Hic jacet lepus” ou seja: “Aqui a lebre se esconde”.
ida. Nelson Jobim, da Defesa, já lembrou ao Senado, processo anulado pelo Supremo, por sustentar-se em provas produzidas mediante interceptação de telefonemas. O sucesso da defesa se esboçou em última instância no mínimo: advogados que o digam.A nota oficial da Associação Nacional de Peritos Criminais Federais divulgada sexta-feira última, escudando-se no Instituto Nacional de Criminalística, a pretendê-lo acima de qualquer suspeita nessa hora, veio fazer chuva no roçado de Dantas, regando por via travessa, as suspeitas de Jobim. Vindo de uma organização em que o espírito científico e de isenção profissional deveria dominar soberano fazendo segurança e tranqüilidade para todos, não poderia ser mais inoportuna ou infeliz. Se a matéria é científica, não cabe apelo à moral de quem quer que seja; e o Deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI, está mais do que legitimado com sua proposta de segunda perícia; se não por mais, já por razões de rigor científico. Assim, não demora muito, para que Daniel Dantas venha à cena em Príncipe da Dinamarca, trocando a conhecida frase de Shakespeare sempre lembrada nessas circunstâncias, por aquela outra sabida dos velhos latinos: “Hic jacet lepus” ou seja: “Aqui a lebre se esconde”.
Pedro Bertolino*
Da Academia Catarinense de Letras (ACL)
Professor universitário aposentado
Da Academia Catarinense de Letras (ACL)
Professor universitário aposentado
Imagem; " The son of a man" Rene Magritte
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