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9 de outubro de 2012

Necessidade Lógica


Aristóteles montou sua lógica formal (sua metodologia!), sua física, sua cosmologia e sua metafísica: provocou a impressão de haver feito um caminho pelos fatos acontecidos (ocorrências). Mas, na verdade: tratava apenas de justificar a posição em que se pusera "a priori" para defesa tácita do Império Macedônio sonhado por ele e seu pai, da corte de Alexandre. Como se cuidava a penas de uma lógica a serviço dos seus interesses, para que esses mesmos interesses não ficassem absurdos e seu sistema de justificações desabasse, - inventou a necessidade lógica, isto é: inventou um meio de justificar que havia uma "Verdade Absoluta," que somente ele conheceria "a priori," e que o reconhecimento de tal verdade seria imprescindível para que tudo (no caso seu sistema de ideias) não caísse no absurdo ou desabasse. Essa primeira verdade, na física aristotélica veio a ser o dito "Primeiro motor imóvel": que não se move (não faz nada!), não é movido por outro e move tudo sem se mover (por isso motor eterno: isto é que não existe no tempo ou em qualquer lugar, sendo garantido apenas pela lógica de Aristóteles). A teoria dos conjuntos e a Geometria das Funções foram concebidas somente ao século XIX, quando a ciência experimental contemporânea precisou trabalhar com os acontecimentos (fatos acontecidos), ditos ocorrências e traduzidos por variáveis matemáticas , possibilitando o "Cálculo Diferencial e Integral," sem o que não é possível fazer inteligência procedente para um conjunto de ocorrências constituindo um fenômeno: objeto da ciência, moderna, clássica e contemporânea.
Mas, isto ainda não alcançou infelizmente às inteligências que estudam os fenômenos antropológicos, que seguem sequestrados pelas ditas "Ciências Humanas," abrigadas na mitologia aristotélica, que é apenas outra versão do mito platônico da caverna: em que haveria os iluminados (filósofos que deveriam ser os governantes no caso), e sobraria para o povo contemplar as sombras, rendendo-se ao senhores das luzes, que as alcançariam pelo diálogo entre eles (dialética platônica ou dialógica, como queiram). Numa expressão, para qualquer caso: República Platônica.

(Pedro Bertolino: 08.10.012, em Fpolis.).

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