
"O que eu amo na minha loucura é o fato de me ter protegido, desde o primeiro dia, contra as seduções da elite: nunca me julguei feliz proprietário de um "talento"; a minha única preocupação era salvar-me - nada nas mãos, nada nos bolsos - pelo trabalho e pela fé. Desta feita, a minha pura opção não me elevava acima de ninguém: sem equipamento, sem ferramentas, dei-me inteiro à ação para inteiro me salvar. Se arrumo a impossível salvação para o quarto das velharias, o que me resta? Apenas um homem que os vale a todos e a quem, por sua vez, valem quaisquer outros."
Jean-Paul Sartre em As palavras
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