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1 de agosto de 2008

Pedofilia é tema de debate

Crescem casos de maus-tratos às crianças, mas estatísticas não acompanham. O tema será debatido em evento aberto á comunidade e profissionais

A violência contra crianças e adolescentes é crime praticado desde a antiguidade, e que até os dias de hoje não para de fazer vítimas. O Brasil esbarra na falta de um sistema unificado de coleta de estatísticas sobre a violência contra as crianças e adolescentes. Os sinais, sintomas, conseqüências psicológicas e físicas não são devidamente divulgados na sociedade, e o fato de não haver políticas públicas preventivas agravam ainda mais a situação.

Entre as formas de violência provocadas a menores, a pedofilia merece atenção redobrada, e em mais de 60% dos casos os agressores são membros da família. O tema "Pedofilia, Sexualidade e Loucura", será debatido no dia 21 de agosto, às 19h, no auditório da OAB, em Florianópolis. A iniciativa é do Nuca (Núcleo Castor de Estudos e Atividades em Existencialismo), entidade que reúne profissionais das diversas áreas do conhecimento com o objetivo de buscar o que há de mais avançado em tratamento de psicologia. O evento é gratuito e aberto à comunidade, profissionais de diversas áreas e acadêmicos.

No Brasil, de acordo com estudos, cerca de 750 crianças sofreram violência em casa por hora, 110 foram vitimadas por espancamento e morreram, somente em São Paulo. O psicólogo Sérgio Dias, integrante do Nuca, faz um alerta sobre os efeitos que os abusos podem causar à saúde mental das vítimas e as futuras conseqüências à inserção e convívio em sociedade. "A sociedade deve estar atenta ao assunto, assim como as pessoas que trabalham com crianças e, principalmente, os médicos que atendem em pronto-socorro. As notificações são poucas, na maioria das vezes pelo fato de o agressor ser da família. E os prejuízos para a vida da criança, psicológico, moral, podem ser até fatais", explica.

Casos de pedofilia ou de danos causados à personalidade da pessoa têm origem em famílias desestruturadas. "A infância explica. Todo o pedófilo adulto foi vitima.Mas nem toda a pessoa que sofreu abuso é pedófila. Para esses casos o trabalho de intervenção é fundamental e deve envolver todas as partes, provocando o restabelecimento da pessoa ao convívio em sociedade. A recuperação é possível", complementa o psicólogo.

A família neste processo é de extrema importância aliada ao tratamento. O trabalho de prevenção deve ser contínuo. Observar se os menores apresentam fraturas, lesões ou subnutrição são evidências que a criança pode estar sendo maltratada, a reação psicológica também é indicativo. A atenção e cuidado por parte dos pais devem ser permanentes.

Diagnóstico e Denúncia

Pensar na realização de diagnóstico é uma forma de coibir a prática de maus-tratos às crianças e adolescentes. Estudos recentes mostram um cenário preocupante. De cada 1.000 crianças, 10 são atingidas e que 2% a 3% morrem, com incidência de mortalidade igual à da leucemia. Importante é denunciar em caso de dúvidas e evidências. Os órgãos responsáveis que possuem atribuição legal para tomar providências imediatas são o Poder Público; Conselho Tutelar - presente em todos os municípios; Delegacia de Polícia e Ministério Público através da promotoria de justiça da infância e da juventude.

Outros Dados:

1. Dados da Pesquisa Nacional Por Amostragem de Domicilio (PNAD), revelam que 15% das crianças e adolescentes sofrem algum tipo de violência todo o ano no Brasil.
2. Em média 100 crianças morrem por dia, vítimas da violência física – Sociedade Internacional de Abuso e Negligência na Infância.
3. Uma em cada 20 situações é notificada nos órgãos responsáveis segundo a Organização Mundial de Saúde.
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O quê: Aula aberta sobre 'Pedofilia, sexualidade e loucura'
Quando: 21 de agosto
Onde: OAB / Florianópolis
Horário:
19h

Informações pelo E-mail: nuca@nuca.org.br
ou no site do NUCA: http://www.nuca.org.br/

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